terça-feira, 12 de setembro de 2006

BUSCA


A essência de minha existência pode ser resumida em uma só palavra: busca. A busca é a minha droga, minha obsessão, meu santo gral. Enquanto busco, minha vida tem sentido.

Hoje fui dormir com isso na cabeça e, enquanto analisava se a busca por respostas realmente possuía tamanha importância na minha vida, me surpreendi ao constatar que todos os livros e filmes que mais me marcaram tem como tema central à busca.

Em Musahi, romance épico escrito pelo japonês Eiji Oshikawa, a história do personagem título nada mais é que a mais sincera e pura busca pela pureza e perfeição do ser humano. A trajetória de Musashi vai do inferno da ignorância ao paraíso do esclarecimento. E numa metáfora sensacional, Oshikawa prova o poder da busca pelo supremo estado de iluminação quando narra a vitória de Musashi, um homem comum que devotou a vida em superar suas limitações e em polir suas habilidades, sobre seu maior rival, Sasaki Kojiro, um gênio que, por possuir habilidades naturais, nunca precisou verdadeiramente se empenhar de corpo e alma na busca pela perfeição da esgrima (e, conseqüentemente, humana).

No filme Coração Valente, dirigido e estrelado por Mel Gibson, Willian Walance (Gibson) busca a chance de viver uma vida simples e feliz ao lado da mulher que ama. Mas, ao ver a mulher amada ser morta pelas tiranas leis dos ingleses que, além disso, massacram seus compatriotas todos os dias, Willian de repente se vê diante de uma busca ainda maior: a de reclamar a liberdade e autonomia política do seu país, nem que pra isso precise morrer ou que muitos tombem sob sua espada.

Torre Negra, a saga em 7 volumes escrita por Stephen King, trata de um errante pistoleiro que dedica a vida na busca pela Torre que da nome aos livros. A busca de Roland, personagem principal da história, representa a busca maior de todo o ser humano: a origem. Se encontramos a origem de tudo, encontramos tb seu criador. Se encontramos o criador, as questões referentes à vida, morte, tempo e espaço são respondidas. Bom, pelo menos é o que se espera.

Em Clube da Luta, a busca é pela reafirmação do “verdadeiro homem”, um ser que teve sua natureza castrada ao longo dos anos e foi obrigado a adaptar-se as exigências muitas vezes fúteis, superficiais e altamente feministas da sociedade contemporânea.

No livro O Dragão Com Asas de Borboletas e Outras Estórias Zen-taoístas, o autor nos incentiva a não levar a vida tão a sério, afirmando que a busca pelo auto-conhecimento e pela iluminação espiritual deve ser realizada com sinceridade e dedicação, sim, mas nunca esquecendo de rir da vida e de si próprio.

Em Kill Bill, a busca é por vingança. Ponto. =P

Em o Último Samurai, filme estrelado por Tom Cruise e Ken Watanabe, a busca é por valores nobres, tais como, honestidade, honra, compaixão, perseverança etc.

Eu poderia ainda citar filmes como O Poderoso Chefão, Forrest Gump, Os Imperdoáveis, Os Sete Samurais, Gladiador ou livros como O Senhor dos Anéis, Xogum, O Pequeno Príncipe e muitos outros exemplos que me atraem por terem como tema principal as buscas e conquistas de seus protagonistas.

Se hoje me sinto incompleto, isso ocorre pq não conclui as buscas que iniciei e pq fui incapaz de abraçar teorias que, uma vez adotadas, gera uma infinidade de novas buscas e descobertas (como as religiosas, por ex).

Talvez minha preferência por livros e filmes que tratam prioritariamente de buscas (sejam elas quais forem) seja uma forma de encontrar atalhos para minha própria jornada.

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